O Ser Eu
Uma amiga me indagou com olhos sérios: por que a tristeza não reina em meu ser? Por que, entre oscilações e inconstâncias, mantenho o semblante alegre, sem jamais permitir que uma tonalidade sombria perpasse minha fala? Diante de tal pergunta, mergulhei na vastidão do silêncio, construindo uma resposta nas profundidades do autoconhecimento. Não sei ao certo se o que tenho é força, ou talvez seja amor, por mim, pela existência, pelo pulsar singular da minha vida.
Não almejo riquezas indevidas, nem a efêmera glória, pois me alegra a trama peculiar da minha própria história. Aprendi a reconhecer a grandeza no que já possuo, no caleidoscópio de lembranças e sonhos. Há momentos de lágrimas, de desalento, de questionamentos; mas sei, com convicção, que estes também haverão de passar.
Lágrimas noturnas antecedem sorrisos matutinos, cada instante é único, cada afeto, uma chama. Pelo bem de todos ao meu redor, meu coração fervilha, minha aspiração é ser luz, ser chama ardente, não mera brasa.
Reconheço a dádiva que habita em mim, e mesmo sob as tempestades mais incisivas, tenho a certeza de que sempre há um ensinamento nobre, uma bênção secretamente guardada. Sou grata por cada passo, cada nova aurora, neste palco cênico da vida, ostento minha presença com orgulho.
Sou eu, um ser singular, tão livre quanto o vento, nunca escondi meu afeto, meus sentimentos são transparentes. Então, minha amiga, é por isso que me vês radiante, pois na simplicidade, descubro a beleza e nobreza do viver.
A felicidade habita em minha pele, na minha essência, não tem fórmulas mágicas ou antídotos, floresce nas veias, na brisa, no oceano de mim mesma. Alegro-me em ser autêntica e original, e não existe força alguma que possa subtrair isto de mim - a felicidade genuína de ser eu mesma. Célia de Morais
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